domingo, 30 de outubro de 2011

não é.



Já passa de uma hora da manhã e ainda estou aqui. Sentei para escrever sobre um livro e fui acometida por um hiato criativo. Coisa complicada é essa de escrever porque é necessário para algum fim. Ainda não me acostumei com isso. Acho que nunca vou acostumar... Quando eu era bem guria queria ser escritora. A gente imagina coisas completamente distintas ao longo da vida. Eu mesmo, mudo de ideia a cada cinco segundos quanto aos meus planos para a velhice. Antigamente eu dizia que quando estivesse aposentada iria fazer faculdade de filosofia. Hoje eu riu dessa ideia. Ultimamente tenho pensado em sumir no mundo. Comprar uma casinha com jardim numa cidade perdida no meio do nada e viver à custa de sol e tinta. Às vezes eu penso que me tornarei uma velha chata. 
Na verdade verdadeira o meu sonho de criança sempre foi ter super-poderes. No inicio eu pensava que seria mesmo uma maravilha estalar os dedos e, num segundo, saber tudo que fosse necessário. Mas com o tempo fui pensando em coisas mais interessantes para fazer com meus poderes mágicos. O mundo, certamente, seria mais bonito. A minha professora dizia que eu era muito distraída. Mas eu nunca entendia. Sempre fui muito concentrada no meu mundo. Pensava milhões de coisas ao mesmo tempo. Estava em diversos lugares num mesmo segundo. Já quis ser poetisa, mas nunca aprendi a rimar. Na verdade a rima sempre me pareceu uma bobagem. Ria das rimas que improvisava. E, certamente, ririam vocês também. Sempre fui de sonhar os sonhos mais estranhos. Acordava lembrando tudo. Disse uma vez que escreveria um livro algum dia contando os meus sonhos. Não consigo lembrar mais do sonho que tive hoje à tarde. Era alguma coisa de espionagem. É. Então...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Triunfo



Da janela do quarto posso ver a rua deserta. As árvores sombrias da Macapá hoje parecem sonolentas. Sinto o cheiro da noite e percebo-me viva. Fecho os olhos, ouço o barulho do mar e o cricrilar dos grilos e vejo-me feliz.
Cantarolo baixinho a “paciência” de Lenine, aumento o tom para dizer: “A vida é tão rara!”. E repito como se um mantra fosse, até me faltar a voz...