quinta-feira, 7 de maio de 2015

Os Pês da Vida



Os “pês” da vida

Pobre, pequena prole
À procura de panela e pão.
Prato! Primeiro a praga
E puramente precisão.
Pinta parede em porre
Para pagar pirão
Paga o pão pequeno
Peleja por profissão.

Pobre pedinte em porta
Procurando pagar porão
Para perto de puro prato
Pula pelo portão.
Pensa, pena por um pano
Praticando a procissão.
Pega pincel para pintura
O porrista pobretão
Paga o prato por penúria
 E pede ao Pai pureza e pão
Para purificar pobreza
E processar pior pavão
Predador do proletário
Portador da podridão.

Pelos pobres peço prece
Para o pai, paz e perdão
Ao pobre pura peste
Em prol da profusão
Pindaíba para a patente
Prima da perseguição.

Paro por preguiça e pena
Do penar do prosador
Penso em por um ponto preto
No poder, o perversor
E para a pureza passo
Para o ponto pausador.

Graça Carneiro
Julho de 1988