segunda-feira, 13 de setembro de 2010

nadamais

Às vezes eu olho pela janela e me surpreendo com o que vejo. É tudo igual, nada muda, mas parece sempre tão diferente... Fico quieta, presto atenção no barulho. Há alguém martelando alguma coisa, o rapaz do lixo empurrando o seu carrinho, os pneus dos automóveis ressoando no asfalto, o elevador subindo e descendo, os pássaros cantando em coro. Posso ouvir cantos vários, várias vozes misturadas na esperança de serem ouvidas.
Fecho os olhos, respiro, ouço. Estou em um quintal à sombra de um pé de maracujá enramado. Há uma mesinha, um bolo de barro, uma menina a servir chá a um senhor sorridente. Ela me vê, sorri, me abraça, some. O tempo evapora. Assusto-me com o freio brusco de um carro na rua.

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